Tutorial: Como preencher um formulário rafflecopter

Resumo: Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente.

25 de set. de 2011


Boa tarde!


Hoje aqui no blog, está entrando uma nova coluna: Resumos.

Nela irei tratar de resumos de livros que geralmente caem em vestibulares.

O resumo de hoje é: Auto da Barca do Inferno, que é muito pedida em vestibulares como o da Fuvest (USP) e o da Unicamp. Espero que vocês gostem.

O “Auto da Barca do Inferno” foi apresentado pela primeira vez em 1517 e é uma obra do português Gil Vicente. Ele é um auto de moralidade, onde critica os costumes e comportamentos dos indivíduos daquela época. Ele representa o juízo final, o Anjo de forma irônica e o Diabo – Juiz de uma forma sedutora.  O cenário é um porto, onde encontramos duas barcas: uma que conduz a glória, comandada por um anjo; a outra é a do inferno, comandada pelo diabo.



Quando as pessoas morrem, elas são obrigadas a ir a esse lugar e podemos perceber que todas elas acabam indo primeiramente a barca do inferno, sendo condenadas pelos seus atos e julgadas pelo diabo e pelo anjo.

O primeiro a entrar na barca é Figaldo acompanhado por um pajem, que carrega uma cadeira, que simboliza seu status social. Ele representa a nobreza e é condenado à barca do inferno por ter levado uma vida cheia de pecados, luxuria e tirania. Primeiramente ele zomba do Diabo e diz que seu destino não era aquele, pois na outra vida tinha pessoas rezando por ele. Então ele revolve ir à barca da glória e nela o Anjo o despreza dizendo que: “Não se embarca tirania/ neste batel divinal” (84-85), mas isso não convence Figaldo, que insiste em ir para a barca da glória, mas o Anjo diz que a barca da glória é pequena para o tamanho da sua vaidade.

Frustrado o Figaldo caminha para a barca do inferno, mas pede ao Diabo para deixá-lo ver sua amada, pois pensa que ela sente muito sua falta, mas o Diabo fala que a mulher que ele pensava que o amava, estava apenas enganando-o. Em relação ao pajem, o Diabo manda-o embora, pois não é sua hora.

O segundo personagem é Onzeneiro (juros de 11%), que é um agiota, que traz consigo uma bolsa, que seria usada para comprar o paraíso. Ele não quis embarcar na barca do inferno, então se dirige a barca da glória. Mas ele não pode embarcar, pois foi muito ganancioso, avarento e enganava muitas pessoas. Ele acaba indo para a barca do inferno, porém pede ao Diabo para ir buscar seu dinheiro, mas o Diabo não deixa buscar tal riqueza explorada.

Joane, O Parvo é a terceira alma a chegar ao julgamento. O Diabo tenta convencê-lo a entrar na barca, mas quando este descobre que essa barca é a do inferno, começa a insultar o Diabo e vai em direção a barca da glória. Chegando lá ele diz que não é ninguém ao Anjo e com humildade o Anjo lhe disse: “Tu passarás, se quiseres;/ porque em todos teus fazeres/ per malícia não arraste. / Tua simpreza t’abaste/ pêra gozar dos prazeres” (319-325). Com isso, ele embarca na barca da glória.

O próximo a chegar é o sapateiro com seus instrumentos de trabalho e cheio de pecados. Ele em sua vida enganava as pessoas, e também tenta enganar o Diabo, mas não consegue, e também tenta enganar o Anjo para entrar na barca da glória e por isso o Anjo condena-o por ter sido uma pessoa que roubava as outras “publicamente” e assim ele acaba indo para a barca do inferno.

O quinto a chegar é o Frade com sua amante que só tem papel teatral na obra, assim como o pajem. Ele chega cantarolando e dançando com sua amada e trazia consigo uma espada, um capacete e um escudo. Ele é condenado a ir para a barca do inferno, pois seu comportamento durante a vida não era digno de um padre, pois era pecador, tinha varias mulheres e usava armas, um objeto que o clero não podia ter e usar.

A sexta a chegar é Brísida Vaz, dona de um prostibulo e uma feiticeira. Ela enganava vários homens dizendo que as meninas que ela prostituia eram virgens. Ela tenta convencer o Anjo a levá-la na barca, mas ela é condenada por seus atos de feitiçaria e prostituição.

O judeu é o próximo a chegar acompanhado de um bode, onde demonstra a sua fé em Moisés e não em Cristo, e o bode está associado ao Diabo. Ele vai ao Diabo, mas nem ele o quer. Ele tenta subordiná-lo, porém, este não lhe quer de nenhuma maneira e aconselha-o a procurar a outra barca. Quando ele tenta se aproximar do Anjo, não consegue por não aceitar o cristianismo e sim o judaísmo. No final, ele acaba indo com o Diabo, dentro de um rebocado, pois não entende as coisas, a sua realidade, mas mesmo assim é condenado.

Os próximos são o corregedor e o procurador que representam o judiciário, onde trazem livros e processos, mostrando seu materialismo. O Diabo os convida a entrarem, porém eles começam a suas defesas e vão à barca da glória. Lá eles são condenados a barca do inferno por manipularem a justiça em beneficio próprio.

O próximo a chegar é o enforcado, que traz uma corda para mostrar que ele pagou seus pecados na terra e suas dividas com a sociedade, porém é condenado ao inferno por ter dividas com Deus e por ser corrupto.

Por fim, chegam à barca quatro cavaleiros que lutaram e morreram em uma guerra santa, onde defendiam o cristianismo. Eles são recebidos pelo anjo e perdoados pelos seus atos.

Como podemos perceber está obra é uma sátira que serve para nos mostrar a verdade na sociedade de Gil Vicente e se pararmos para pensar, não está longe do nosso tempo (2011). Os personagens possuem características típicas dos seus verdadeiros representantes e aqueles que foram condenados ao inferno sempre trazem consigo objetos que representam seus pecados, seu apego à vida e ao materialismo.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

2 comentários:

  1. Muito bom o resumo.
    Vai prestar Fuvest Bia?

    ResponderExcluir
  2. Uau... curti bastante, excelente resumo do drama de Gil Vicente, considerado o criador do Teatro de língua portuguesa... hehehehe... Parabéns e boa sorte no vestiba!

    ResponderExcluir

 
© Copyright 2014. Todos os Direitos Reservados.